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Faz um bom tempo que não termino a leitura de um livro. Estive muito ocupado voltando a trabalhar, e também com o andamento do meu livro. Tempo de leitura só nas horas vagas do trabalho, nas viagens de ônibus, e antes de dormir. Por conta disso, atrasei demais a leitura, e isso, de certa forma, afetou meu entendimento sobre a história. Não que eu não a tenha compreendido, mas tive dificuldade em me aprofundar na leitura, realizando-a de forma tão minguada, coisa que não acontecia quando estava em casa de bobeira. Mas se eu não trabalhar não tenho como encher minha estante com livros. (Acreditem que esta é a primeira coisa que penso em fazer com meu salário?)

Mas chega de bla-bla, e vamos à resenha.

SINOPSE

Filhos de Galagah, traz a você, personagens inesquecíveis que irão te acompanhar neste mundo de glórias e tragédias. Heróis nobres e companheiros de passado sombrio, que põe em prática o treinamento de uma vida.


Galatea é uma heroína de ideais nobres, filha do rei e Campeã Sagrada de sua religião, que parte para uma busca ordenada por seus sacerdotes, dragões. Iallanara é uma bruxa rejeitada pela sociedade, uma assassina fria presa a um ser cruel e misterioso. Ela se juntará à Campeã Sagrada para proteger-se e tentar buscar sua liberdade, criando um relacionamento de mentiras e desconfianças. Por último, Gawyn um elfo criado por humanos, e Sephiros, um elfo forjado para a batalha, serão convidados a proteger estas mulheres, entrando em um relacionamento mais intrigante que qualquer aventura.


A jornada os levará a lendária Lemurian, a cidadela invertida, onde o destino decidirá o sucesso ou fracasso na busca do que procura: A Primeira Runa.”



Acredito que a maioria daqueles que curtem Fantasia Nacional conhecem a série Legado Goldshine, o universo de Grimelken, criado pelo autor Leandro Reis, também conhecido como Radrak. É uma obra presente no cenário nacional, e confesso que, por diversas vezes, esbarrei com ela em blogs e sites da internet, até que chegou ao ponto que não agüentei a tentação e comprei o livro. rsrs

Mas tenho que confessar, e também ressaltar, um aspecto positivo do livro, que é trazer com ele algo que vem crescendo no mercado literário: uma forma de divulgação audiovisual chamada de booktrailers. Semelhante ao trailer de um filme, mas sendo para um livro, que pode ser de diversas maneiras dependendo da criatividade do autor. O booktrailer de "Filhos de Galagah" me agradou bastante, até porque, foi o primeiro trailer de um livro nacional que apreciei, logo, contou um pouco aquele “ohhhh, incrível”. Mas se vocês ainda não o viram, podem conferi-lo abaixo.


Retornando para o livro físico, a capa é outra coisa a admirar, produzida com capricho e cuidado. (Como ela tem várias camadas, fiquei passando a mão nela toda hora rsrs).

Nas primeiras páginas a história é um pouco presa, centrada numa única região da trama, não dando dicas sobre como se desenrolaria o enredo do livro. Ele só começa a caminhar após o seqüestro do príncipe Thomas, e ganha ainda mais força quando Galatea parte em sua missão sagrada atrás das três runas (Ingenuidade a minha ao pensar que veria as três neste livro.).

Durante a leitura, nota-se muitos aspectos provindos de RPG, algo natural, pois se não me engano, esta série nasceu de um jogo de RPG. Se disfarçar numa caravana circense para entrar numa cidade; partir numa jornada em busca por alguma coisa sagrada; personagens postados para ajudar os heróis na jornada e depois desaparecem(Aloudos); encontro de personagens secundários com a protagonista, e que depois de algum acontecimento, acabam aderindo à missão da personagem. Bem RPG, não? Por isso, aqui vai um aspecto que não gostei, e também foi a parte do livro que não me agradou O encontro dos personagens e o desenrolar para a aceitação do papel de cada um na jornada não foi muito natural. Saiu forçado, como se ninguém ali tivesse motivos mais importantes que refutassem uma ajuda à princesa. Até mesmo a união do grupo não graduou, ficou estática o livro inteiro, como se já se conhecessem.

E aproveitando esta questão destes personagens devo logo dizer que apenas dois personagens me encantaram de forma que não precisasse fazer muito esforço: Iallanara e Gawyn.

A Bruxa Vermelha é todo o enigma dentro do grupo, atormentada por muitas questões do passado, ainda perdida em sua própria personalidade, incerta de qual caminho tomar, é a que mais fez meus olhos se atentarem para cada ação que ela tomaria na trama. Além disto, se não fosse por ela, Galatea seria uma peça apagada. Aproveitando para destruir a protagonista, hehe, não senti muita coisa dela, não. Desprovida de pessoalidade, tudo é para o Deus Radrak, e apenas pensa na missão das Runas e na criança que precisa achar. Uma simples princesa mimada, religiosa, e de bom coração, é uma chama apagada sem a presença de Ialanara para fazê-la acender e bruxulear. Quanto ao Gawyn, é aquele típico personagem de alívio cômico na trama. Possui um passado que foi pouco explorado no texto, mas é um personagem bastante divertido capaz de nos dar algumas risadas na leitura.

Algo interessante é a utilização dos deuses na história, capazes de controlar os ideais de alguns personagens, como Galatea. A trama é recheada de tramas envolvendo religiões distintas, dando um tempero ainda melhor a história.

Há também boas cenas de luta. As magias ficam por conta de Iallanara e Sephiros; e a batalha corpo a corpo, com o espadachim Gawyn (possui uma habilidade apelativa de segurar flechas), e Galatea, usando o escudo e a espada para arrasar os inimigos com sua força bruta. Pelo menos possui uma habilidade de cura ( Em jogo: Galatea usa Heal XD)

Algo que gostei bastante foi o local escolhido para a trama se desenvolver: Lemurian, a cidade invertida, é com certeza um lugar atípico, e ainda esconde muitos segredos que serão revelados em algum outro livro.

Mas de modo geral, o livro seguiu muito bem com seu desenvolvimento. Eu só lamento não ter mostrado as partes soltas que a história deixou, e não são poucas, que vai desde o passado do personagem até tramas paralelas. Por exemplo, o que houve com Thomas? Qual é a razão do amigo imaginário de Ialanara, Noite? E muitas outras questões. O Leandro até comentou isso nas suas notas finais do livro, mas achei que antes do final da história, ele podia ter soltado uma ou mais cenas que dessem um ar "cliffhanger" à trama, já uma preparação para o próximo volume.

Felizmente, Grimelken é um mundo cheio de histórias incríveis, e no site www.grimelken.com.br podemos encontrar contos e curiosidades sobre este universo. É um material que complementa a história e nos traga ainda mais para o universo do autor. Vale a pena dar uma conferida.

A sequencia de "Filhos de Galagah" é o "Senhor das Sombras", já lançado. Não preciso dizer que estará na minha estante em breve. O booktrailer deste livro logo abaixo:


1 comentários:

F&R disse...

Me deixou com vontade de ler!!!

http://conversandocomdragoes.blogspot.com/