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Editora: Novo Século
Lançamento: 2007
Páginas: 352
Sinopse: O segundo dos quatro livros é narrado pela princesa de Delon, Ariela Delonien. A história passa-se cerca de doze anos após "O Livro de Dinaer". A Princesa acompanha Rairom numa misteriosa jornada através da Península Oreânica, em direção às Montanhas Queialiam. O desenrolar dessa aventura, bem como suas relevantes conseqüências formam o principal foco narrativo de "O Livro de Ariela". "O Livro de Ariela" é sobre Rairom Guenor e seu destino. Muito é definido nesse volume surpreendente.







Resenha  



O segundo capítulo da tetralogia de Jorge Tavares nos apresenta um novo ponto de vista narrativo, o da princesa Ariela, muito destoante com a narração de Dinaer — narrador no primeiro volume. Essa disparidade entre um narrador “humano”, como Ariela, e um narrador “divino”, como Dinaer, acaba por mudar o ritmo deste segundo livro em relação ao seu antecessor. Se Dinaer era uma figura forte que nos deixava apreensivos relatando a história, tendo um contato direito com o escolhido (Rairon Guernor), de modo que quase toda a trama focava-se neste personagem, Ariela peca justamente em dividir os eventos com outros personagens e abstrair o protagonista em longos momentos do livro. Obviamente que não seria possível acompanhá-lo em quase toda a trama, porém, criou-se um pouco de angústia em saber acerca das demais cenas com Rairon que aparentavam ter grande importância. Em contrapartida, foi muito bom para a história revelar outras figuras importantes, sobretudo, os líderes de cidades e países. Aliás, o teor de cenas políticas no Livro de Ariela é bem mais denso que o antecessor. Jorge Tavares, usufruindo de seus conhecimentos como diplomata, refinou as cenas de uma maneira bastante qualificativa. 

Algo apresentado neste segundo volume e que não teve no primeiro, foi a utilização de uma mapa para guiar o leitor tanto na jornada empreitada por Rairon, Laqueu e Ariella, quanto para a melhor visualização do panorama belicoso em que se achava a Península Oreânica. Embora não tenha tido o mesmo ritmo e empolgação a cada capítulo com ocorreu no Livro de Dinaer, esta obra possui altos e baixos: algumas cenas fizeram realmente a história avançar, já outras serviram apenas para preencher com algo mais. 

Uma outra questão menor neste volume foram os poucos momentos de cenas com magia, ressalvo as ocasiões em que Rairon fazia alguns truques aqui e ali — e um magnânimo espetáculo na guerra que ocorre ao final do livro —, os momentos giraram em torno muito das apreensões de Ariela a respeito do que seria o certo ou errado a se fazer a respeito do escolhido, além das cenas políticas que tomaram boa parte da história na segunda metade do livro.

Além do deus Dinaer, já conhecido, é revelado outras divindades que enriquecem ainda mais a história, e o enredo da Guerra das Sombras, pelo menos dentro desse contexto divino, começa a tomar uma forma mais ampla. 

É interessante notar também a evolução de Rairon, que se tornou um Mago muito forte desde os fatídicos acontecimentos ocorridos no primeiro livro. Infelizmente, como a história se passa muitos anos depois do fim do volume anterior, alguns eventos ficaram nebulosos e a leitura um pouco perdida. Acredito que essas lacunas de incompreensão sejam preenchidas no volume seguinte O Livro de Laios, que contará a respeito de eventos anteriores ao Livro de Ariela

Embora O Livro de Dinaer tenha sido melhor, este segundo volume proporcionou um empolgante e inesperado final, que certamente, fará o leitor ansioso para o próximo episódio da saga. 

O autor tem um site muito interessante sobre a série. Para saber mais, acesse:



2 comentários:

Jorge disse...

Olá, Luiz,

Muito obrigado pelos seus comentários. Achei muito ponderada e enriquecedora a sua visão.

Pelos retornos que tenho tido, já percebi que o ponto de vista de Ariela é um pouco, digamos, controverso. Algumas pessoas gostam mais do segundo livro do que do primeiro e outras, como você, criticam o segundo justamente por causa do ponto de vista adotado.

Independentemente da posição, é a partir deste contato com os leitores que posso me aperfeiçoar como escritor. Neste sentido, suas críticas me ajudam muito.

Abraço!

Luiz Fernando Teodosio disse...

Olá, Jorge.
Obrigado pelo parecer aqui no blog.
Continuarei conferindo seu trabalho nos dois livros seguintes. Daqui a algum tempo pegarei O Livro de Laios(já o tenho em casa)para leitura, e em seguida, o último livro. Lerei a série até o final.

Abraços.