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Mais do mesmo. Não se esperava outra coisa do quinto episódio cinematográfico da franquia Resident Evil, dirigida por Paul W. S. Anderson. Nem preciso mencionar, como fã, as incongruências em relação à série original. Contudo, o resultado não foi tão ruim, aliás, com esforço, foi superior aos últimos três filmes.  



Retribuição segue um roteiro muito semelhante ao primeiro filme: o objetivo dos personagens é escapar de uma fortaleza subterrânea da Umbrella, controlada pela Rainha Vermelha — a vilã do primeiro longa, apesar de uma leve mudança na imagem da garota. E temos até mesmo um licker, só que gigante. Mas enquanto o primeiro filme focava-se no suspense, este, aos moldes do que já vinha acontecendo nas sequências, apela para a ação. Além disso, a história que parecia desnorteada nos terceiro e quarto filmes conseguiu encontrar um caminho e elucidou algumas pontas soltas no roteiro, sobretudo, a respeito da Corporação. Não direi que a qualidade aumentou, apenas que a essência do Resident Evil idealizado pelo Anderson mostrou-se com um pouco mais de clareza.  




O novo filme reutiliza os clones criados pela Umbrella, já visto em Extinção e Recomeço, e que devo dizer, nunca me agradou, pois soava forçado de mais e dava a impressão de que a história seguiria para um rumo que ela própria não conseguiria suportar. Em Retribuição, pelo menos, essa ideia foi melhor aproveitada, servindo para representar algumas vidas alternativas que os personagens dos longas poderiam ter vivido. Dentre os clones, a atenção fica com Rain, personagem interpretada por Michelle Rodriguez e, sem dúvida, a personagem mais carismática — até mesmo que a própria Alice; alguém gosta dela? — criada para os filmes de Resident Evil. Neste filme, sua personagem consegue ser também superior a Jill Valentine, vilã principal de Retribuição. Eu pouco me empolguei com os filmes da série, mas adorei os momentos em que ela esteve presente, mesmo que neste ela tenha sido “controlada” pela Rainha Vermelha. Contudo, não me lembro de uma explicação plausível que esclareça como as mesmas pessoas que fizeram parte da vida da Alice foram clonadas, e nem como Jill se tornou uma antagonista. Bom, furos de enredo também são comuns nestes filmes. Nada impressionante. 

  Saindo dos clones e falando dos personagens “vivos”, fiquei curioso para saber como Leon, Barry e Ada (novos integrantes provenientes dos jogos) seriam retratados no longa. Eu nem percebi o Leon atuando, mesmo com um tanto de falas. Muito pouco lembra o personagem que é um dos mais importantes da série, e essa descaracterização só não chega a ser pior que a da Claire, colocada na trama como líder de um comboio num deserto em Extinção. Barry, apesar de um pouco mais novo, chegou próximo do papel que representa nos jogos — temos até uma cena dele atirando prazerosamente com uma magnum. Sobre a Ada, a atriz chinesa atuou muito bem, mas faltou aquela sensualidade típica da “woman in the red”. Uma coisa curiosa e ridícula na versão dublada é que o nome “Ada” é pronunciado da mesma forma como está escrito, e não “Eida”. E a Alice… bem, do segundo filme em diante, a personagem praticamente parou de evoluir e se tornou uma mulher overpower matadora de zumbis. Na verdade, ela ainda é, só que o roteirista finalmente conseguiu dar alguma “vida” a ela. Para isso, se inspirou na relação Claire e Sherry do segundo game da série e deu a Alice um papel de protetora materna. Até que funcionou bem.
A trilha sonora do filme possui bons momentos, mas não chega a impressionar. Porém, quase todos os filmes trouxeram temas bem legais. Essa é a música que toca logo no início do filme. Aliás, a primeira cena é a melhor de todas e fez um bom proveito do 3D.




O jeito é aguardar e conferir. Talvez daqui a alguns anos, inventem de fazer um “reboot”. Acho que valeria a pena só pelo fato de termos um filme SEM A ALICE.

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